quarta-feira, 7 de março de 2012

Estreando com um Clássico

O projeto Cine Vídeo UEA - Cosme Alves Netto tem amanhã sua grande estreia no ano de 2012. Iniciaremos mais um semestre letivo com o intuito de divulgar mais amplamente nossa iniciativa e não só enriquecer a rotina acadêmica dos alunos da UEA, mas também colocar à disposição do público em geral grandes produções culturais. Portanto, nossa proposta para este mês de março é o ciclo do metacinema, ou seja, filmes que tratem da própria sétima arte, e o primeiro deles é o clássico dos musicais Cantando na Chuva, de 1952.

Dirigido por Stanley Donen e Gene Kelly (também coreógrafo e ator), o longa nos remete a uma importante era do cinema hollywoodiano. Don Lockwood (Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen) são grandes estrelas de filmes mudos e se deparam com um novo desafio quando a indústria cinematográfica é tomada pelo sucesso dos filmes falados. Seu mais novo longa, no entanto, passa por uma série de problemas, entre eles, a voz irritante da atriz. A única solução encontrada é, portanto, contratar a jovem aspirante Kathy Selden (Debbie Reynolds) para dublar a famosa Lina Lamont, e, de repente, uma produção que parecia fadada ao fracasso adquire grande potencial.

Cantando na Chuva, considerado pelos críticos um dos melhores musicais já feitos, transborda com a riqueza de uma produção bem feita, equilibrando perfeitamente a comédia, o romance e divertidos números de dança. Seu roteiro inteligente carrega todo o bom humor inocente e esperto da era de ouro de Hollywood, principalmente na personagem Cosmo Brown, interpretada pelo também sapateador Donald O'Connor. Quanto ao romance de Lockwood e Selden, pode-se dizer que nossas comédias românticas mais recentes ainda ecoam muito sua simplicidade e deslumbramento. Já as grandiosas sequências de sapateado, na maioria das vezes protagonizada por Kelly e O'Connor, são um prato cheio para os mais tradicionais, já que os musicais mais contemporâneos dão preferência a outros estilos. Aliás, esse é um dos principais apelos de um filme produzido já há sessenta anos: revisitar formas passadas de se fazer cinema.


Diante disso, este ano, as premiações de O Artista, eleito pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas o melhor filme da edição de 2012, parecem estar em consonância com esse sentimento saudosista. Mesmo no  século XXI, no qual houve uma explosão do cinema 3D e do aprimoramento técnico da indústria, ainda cabe, portanto, um olhar para o passado e filmes como O Artista podem ser premiados com um Oscar de melhor filme ao lado de produções mais do que atuais como Crash - No Limite e Guerra ao Terror. Assim, venha também relembrar o passado dessa arte que já nos deslumbra há mais de um século e compareça à Sala Maria de Nazareth Xavier, na Escola Normal Superior, amanhã às 18h para prestigiar o clássico Cantando Na Chuva.

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